terça-feira, 3 de julho de 2007

Ciclos

A chuva cai O pedreiro trabalha A criança chora Os velhos relembram passados Os amantes se amam O motorista dirige O poeta vive Por tudo isso a vida é vida E cai a chuva E trabalha o pedreiro E chora a criança E relembram passados os velhos E se amam mais ainda os amantes E dirige o motorista E O poeta vive. A chuva ameniza O pedreiro descansa A criança se acalma Os velhos resolvem ver o agora Os amantes se amam com mais intensidade do que nunca visto O estaciona o motorista O poeta vive Se tudo tem seu ciclo, por que o poeta não o segue? Porque é enfeitiçado pelo poder das palavras. Porque sua vida é viver, sentir e escrever. Não necessariamente nessa mesma ordem. Se seguir seu ciclo, ele morre. O mesmo não se conforma com esse injusto fim. Já viu algum bem-dizer essa que o priva de escrever? Digo, de viver. A única regra que aceito é a de respirar, pois só assim posso viver, sentir e escrever. Quando não quiser mais a obedecer, solução fácil, vou-me embora daqui.

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