domingo, 24 de junho de 2007

Devaneio de felicidade

à Ivana Carneiro Botelho e Fernando Pessoa
Embriaguez de felicidade, excesso de devaneio, frenesi de sentimentos! Embora Colombina sem Pierrot, apenas o fato de poder amar já liberta minha alma. Assim escrevo estas festivas palavras, uma parcela de minha felicidade, uma forma de expressar meu coração. Com uma pitada de loucura em minha prudência, liberto-me de quereres e me tomo de poderes. Foi numa espécie de estado de mudança feita pelo vento, junto com o lançar-se no incerto ao navegar, que navego em mim em cada instante. Assim como o estado de mudança impulsiona esse meu lançar-se no incerto, o vento impulsiona as velas de uma nau. Navegar é preciso, e é minha vontade de poder que me encoraja. Estou comandante de mim, tripulação da minha paixão, nau no mar revolto de minha alma.Que meu carnaval se torne eterno enquanto dure, que só tenha fim quando me for privada do devaneio dessa felicidade. Se brincar de ser feliz só cabe às crianças, serei menina até o fim de meus dias, pois sou poeta e estou livre para amar.

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