sábado, 26 de maio de 2007

Aos meus verdadeiros amigos

Tomem conhecimento de que parte de meu coração pertence a vocês. Saibam que isso que acabo de dizer me é de grande importância. Meu coração é o que me dá forças para viver. É a caixa de ouro de meus sentimentos, dos mais supérfulos aos mais profundos. É onde guardo todos os sonhos. Lá estão todos os meus medos, minhas angústias e meus motivos para sorrir. É o fundo da minha alma, minha energia vital. Não se incomodem com as cicatrizes, mas qual coração não as possui? Cicatrizes essas que vem sendo sanadas juntamente com seus corações. Portanto, verdadeiros amigos, cuidem bem de suas moradas, pois tudo na vida é frisson, exceto os seus lugares e importâncias dentro de mim.

Ecdise interior

O tempo se passa e nem me dou conta de que já estou mulher. A menina, que dentro de mim se acomodou, insite em tomar o lugar da mulher que floresce. Calada, ela usurpa a cada instante a essência daquela que impera exteriormente. Não se importa com as gotas da chuva, muito menos com os raios do sol. Por favor menina, não se mantenha no lugar daquela que se manifesta. Que este meu processo de ecdise interior não se faça perceber àqueles que pensam que já sou mulher.

Os falsos circenses

Algumas vezes na vida precisamos fingir que batemos palmas para os palhaços que ainda não se deram conta de que fazem parte de um circo, ou, se deram, pensam que agradam a todos com seus showzinhos.

PerguntAções

Se um dia me perguntassem se sofri, responderia que sim. E diria mais. Agradeço ao sofrimento por me dar a sensação de vê-lo ir embora. De ver a luz do sol nascer em meu coração. Se um dia me perguntassem se amei, diria que não. Ou não diria nada. Tal flor ainda não brotou no fundo de minha alma. Seria hipocrisia responder que não, pois como negar algo que não sei do que se trata? Se um dia me perguntassem se sou feliz, responderia com um intenso brilho no olhar. A felicidade não necessita de palavras para descrevê-la, apenas de um coração aberto para hospedá-la e olhos para transparecê-la. Se um dia me perguntassem se chorei, responderia com um belo sorriso nos lábios. Minhas lágrimas purificaram minha alma, me permitindo sorrir. Porém, se um dia me perguntassem porque sorrio, diria que foi o fato de não saber ainda o que o amor, de ter sofrido, de ter chorado, e ainda assim, ser feliz.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Propósito

Sonhar, viver e ter a eternidade, esse é meu propósito! Ter um sonho e alcançar, depois outro e alcançar, até ser eterna! Viver no agora não me é prazeroso, pois o mesmo já não se é mais em um instante. Sonhos são eternos, porque por mais que os alcance, eles nunca deixarão de ser sonhos e sonhados.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Mutatória beleza

Necessito transcender a imagem presa numa casca, que já não mais é a mesma de primaveras e verões passados. Imagem tola. Achar uma faísca do que sou dentro de um corpo que esconde nas entranhas uma menina perdida, que se foi por não mais compatibilizar com o exterior mutatório. Não acho lúgubres tais palavras que hoje sobriamente digo, embora sombreada hoje esteja. Casca mutável, o que fizestes com tal menina perdida na escuridão de um ser? Não entrastes em harmonia com tal beleza, cuja própria não se vê? Cansada está a pobre menina perdida. Substituída por ensandecida mulher, que busca sua sinonimidade antagônica, evoluída por não saber onde sua pura beleza está.

domingo, 13 de maio de 2007

Você consegue viver desse jeito?

Sim. Sou eu, sou assim, sou agora. Vivendo e não tendo vergonha de me expor à protótipos de pessoas do mundo plastificado das aparências. Sou nesse instante e no próximo, e neste, no próximo. Assim vivo. Sendo alma, sendo calma, sendo a palma das mãos de uma mãe que aconchega seu filho.
V o que estou sendo. I tendo. V querendo. O vivendo.
Assim eu sou, assim eu tenho, assim eu quero, assim eu vivo. E você?

sábado, 12 de maio de 2007

Drummondizando

Sinto viver uma vida que penso não ser minha. Vir a este mundo por um acaso não passa por minha cabeça. Sei que tenho uma missão a cumprir aqui, e que só me vou após cumpri-la, por mais que ir embora já tenha passado no meu pensamento. Posso ser de extrema presunção, mas me considero uma criatura diferenciada, uma espécie de "anjo torto", que me desculpe Drummond. Prazeres que jamais senti penso serem proibidos a mim. Quando os tenho, uma culpa me invade e sempre alguma coisa anormal acontece. Por isso tal presunção. Ora, se já me disseram que sou um anjo, que meu "brilho resplandece", não devo eu, então, pensar tal absurdo? Música, minha paixão. Pudera eu agora escutar o som de cordas de cobre acionadas por epitélios em marfim. Sim, sei que falo coisas que você não entende, mas, por favor, pelo menos aqui, esqueça que sou uma espécie de "descanso" e deixe-me ser quem eu sou! Um dia fiquei sabendo que nem mesmo me chamando Raimundo seria uma solução, apenas uma esdrúxula rima. Então de que adiantam os Josés, as Marias, os Pedros e tantas outras insignificâncias? Tenho que ir embora. Apenas queria relatar que meus atos dizem respeito só a mim, enquanto não envolvem segundos ou terceiros. Não julgue estes relatos como idiotice, pois só idiotas fazem tal feito.
"O homem é o lobo do homem." (Jean Jacques Rousseau)

Criança mulher

Não necessita a mim ser a mulher avassaladora, fatal, que encanta com o jeito de andar. Todavia não preciso ser a criança eterna com inocência feminina, pureza encantadora. Sim, sou uma e sou outra. Posso e sou a mistura desses dois rios tão antagônicos, mas gerando um único ser, uma única maneira de viver. Devo ser e sou a harmonia presente numa avassaladora menina que encanta. Não me interessa opinião alheia, mas não me importo em ouvir barbaridades, mesmo interiormente sabendo que são lamúrias disfarçadas. Importa a mim, conhecer o lado fatal da criança que sou eternamente.

Cariótipos

Cariótipos criados pelo homem, muitas vezes canibais avassaladores. Na maioria, pequenas tempestades que inundam o interior dos mesmos, buscando incisivamente agradar um “sei-lá-o-que” nunca colocado no papel. Nunca obrigados pela lei e nunca estáveis, cariótipos cobrados por uma sociedade pacífica. Pacífica? Melhor dizendo, uma sociedade passiva que inibe o “jeito-de-ser” da pobre casca, caçando uma paz-interior que já não existe mais. Por causa de cariótipos, regras, obrigações. Agora me sinto mais bela, por transparecer minha casca e me livrando de cariótipos inúteis. O que? Cabelos lisos com mechas loiras! Preciso correr. Agora, com cabelos lisos e minhas inúteis mechas loiras.

Paradoxo

Como pode um conjunto de fibras doer tanto em um ser humano? Um órgão que cabe nas palmas das mãos, e pelas mesmas machucá-lo tanto? Pior que o sangue vivo escorrendo de um ser é a dor que dói e não se sente. Coração é o nome dele. Pobre conjunto fibroso. Por que dói tanto dentro de mim?

Súplica

Gostaria de por um dia ser amada. Minto. De que importa amar por um instante? Gostaria de ser a paixão de quem me interessasse estar apaixonado. Esta é minha sina. Minha alma tem sede de emoção. Meu corpo implora por reconhecimento. Juntando os dois últimos eu me formo. Um ser praticamente anônimo para quem desejo que me veja. Gosto de ser cobiçada, porém adoro a realidade, não vivida por mim, mas por outros. Desejo ser conquistada. Por mais que espere, perco a paciência e vou à luta. Contra quem? Contra eu mesma. Lanço mão do meu orgulho e começo meu show. Mas, de que isso importa? Sou procedente do platônico mundo das idéias. Sou caçador e sou caça. Duas porém uma. Sou o que estou sendo. Sou uma lua à espera da luz do sol para brilhar, pois o céu seria muito chato se só existissem as estrelas. E te chamo mais uma vez para perto de mim. Espero que minhas súplicas não se percam no vazio da vida. É isso, é fato, é espera. Só quero que não seja, ao final, pura e imensa ilusão. Só quero sentir sem precisar superar, e sim evoluir.

Feelings and dreams

Sim, imagino myself andando, despertando o olhar de alguém que me trará muita felicidade, que me ame e seja retribuído (que fique claro). Fico pensando no que eu fiz de errado, ou seria melhor no que eu não estaria fazendo de certo. Quando me dei uma chance, tropecei nela. Será que sou "inamável"? Senhor, perdoa-me pelo meu pecado, mas tente compreender o que eu sinto. Ajuda-me a encontrar essa pessoa! Sonho, sonho, sonho...nem platão imaginaria pessoa mais pertencente ao mundo das idéias que eu. Gostaria de sentir o que minha alma sente. Essa emoção, erupção de sentimentos. I'm so mad i did't find this. I'd be so glad if i found it. I wanna feel your touch all over my soul, like i've nerver had a body. Hug me tight and don't let me go away.. alone and by myself. I remember caressly about that day.. .Give me a break! I'm gonna find myself someday, somehow. (I suppose that this may have some mistakes)

Wish

Quando o ter mais significativo não é alcançado, qualquer outro ter é insignificante. Isso é o que acontece quando uma pessoa caminha sozinha pelos jardins da vida. Nem as rosas, muito menos as margaridas são suficientes, pois o cravo que tanto procuro meus olhos ainda não conseguiram alcançar. Busco pelas fotos, pelo espelho, até ser comparada a narcisista. Narciso porém pecou por excesso de ego. Eu peco por não saber nem qual ego procuro. Deixe viver, deixe passar. A vida é curta. Carpe diem já foi ultrapassado. Agora é just now.

Auto-significação

Melancolia. Seria este meu verdadeiro nome? Receio que sim, mas espero que não. Sou como Mona Lisa e seu misterioso sorriso. Espero que consigam desvendá-lo, assim entenderão o que digo. Inconstante seria meu sobrenome. Peralta alegria que me invade e depois se esconde, mostrando a todos os meus verdadeiros desejos não alcançados. Daí lembro meu nome. Esperança seria meu apelido. Onde está o escultor da minha alma? Desculpe-me mestre da razão por excelência, mas "penso (demais) logo existo". Minha proveniência é platônica cartesiana, onde somente vivo no mundo das idéias, pensando, apenas existindo. Quando viverei no concreto? Sinto que mudaria de nome.
Felicidade iria me chamar. Amor seria meu sobrenome. Amada seria meu apelido.
Desconsidere estas palavras, são apenas desejos de quem nunca existiu na vida que deseja. (Inconstante seria meu sobrenome).
Mulher, menina madura que insiste em se mostrar no tempo. Casca, pois criança ainda é no interior de mim. Hipócrita, pois ainda vivo no universo dos prazeres que nunca senti. Insaciável, pois rouba o olhar de pessoas e despreza seus corações. Iludida, pois jamais existiu verdadeiramente neste vasto mundo, apenas desejou transparecer em uma menina com alegria peralta, alma de flor, desejos alienados neste mundo solitário, que é só seu, pois ainda vive sozinha, insaciável, hipócrita. Apenas rima, e não solução.
Prazer, Melancolia.