sábado, 12 de maio de 2007

Drummondizando

Sinto viver uma vida que penso não ser minha. Vir a este mundo por um acaso não passa por minha cabeça. Sei que tenho uma missão a cumprir aqui, e que só me vou após cumpri-la, por mais que ir embora já tenha passado no meu pensamento. Posso ser de extrema presunção, mas me considero uma criatura diferenciada, uma espécie de "anjo torto", que me desculpe Drummond. Prazeres que jamais senti penso serem proibidos a mim. Quando os tenho, uma culpa me invade e sempre alguma coisa anormal acontece. Por isso tal presunção. Ora, se já me disseram que sou um anjo, que meu "brilho resplandece", não devo eu, então, pensar tal absurdo? Música, minha paixão. Pudera eu agora escutar o som de cordas de cobre acionadas por epitélios em marfim. Sim, sei que falo coisas que você não entende, mas, por favor, pelo menos aqui, esqueça que sou uma espécie de "descanso" e deixe-me ser quem eu sou! Um dia fiquei sabendo que nem mesmo me chamando Raimundo seria uma solução, apenas uma esdrúxula rima. Então de que adiantam os Josés, as Marias, os Pedros e tantas outras insignificâncias? Tenho que ir embora. Apenas queria relatar que meus atos dizem respeito só a mim, enquanto não envolvem segundos ou terceiros. Não julgue estes relatos como idiotice, pois só idiotas fazem tal feito.
"O homem é o lobo do homem." (Jean Jacques Rousseau)

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