sexta-feira, 2 de maio de 2008

Desamante

No seio de meu desejo está você, quem sufoca todas as minhas noites, quando, sozinha, clamo seu nome sem perdão. O mundo por si só é muito triste, Dionísio; no fundo, sabes que o é. Mas em teus braços encontro uma utopia, em teus lábios está a fonte de todos os meus quereres. Juntos construímos um mundo só nosso, cheio de brilhos, cores vibrantes, cheiro de flor. Nosso único dialeto é o gozo conseqüente de nosso ardor. Nossos alimentos são seus braços, minhas pernas, nossas bocas se devorando incessantemente. E assim, desamantes amando, somos felizes por termos encontrado o Eldorado de nossa existência. Por nossos gritos, suspiros e suores, transmitiremos ao mundo acinzentado pelo real quão diferente é a vida de momentos eternos de puro desejo, comparada à brandura dos que se dizem “eu te amo”.

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