
Com rendas, laços, bordados e batons rosados. Tranças, vestido azul-claro, lingerie delicada. Ela chegou como uma bailarina valsando, alegre, com brilho nos lábios. Com encanto, doçura e paixão, delicada ela vem acariciar o vento. Este por sua vez, em pleno gozo, sussurra aos seus ouvidos como num canto de súplica “não pare... não pare jamais”.
Serena, doce e vivaz, ela salta, pula e gira. E salta, pula e gira. Suas mãos adormecem o céu por tão gracioso acalento, tornando-o um lindo manto celeste. Seu vestido de seda azul baila sobre seu esguio corpo. Ela corre e ri como criança inventando brincadeiras novas. Seus longos cachos ruivos cegam por tanto brilho e encantam por tanta harmonia nos movimentos. Seus pés acariciam a grama verde e vistosa como uma mãe ninando seus filhos. O sol, por sua vez, engrandece seus raios sobre a dançarina, fazendo com que seus pequenos olhos amendoados sejam encobertos por pálpebras de puro leite.
A doce e meiga bailarina é apenas uma mulher que se doou para si. Ela dança por desistir de pensar no que seria se não fosse, descobriu a arte do “ser no presente”. Alguns dizem que encontrou o caminho para a felicidade.