terça-feira, 5 de junho de 2012

Carta de reconciliação

                                                                                                                  Vitória, 12 de abril de 2010
Olá velho amigo,

Tão perto, mas também tão longe de mim você estava. Quantas vezes pensei em me apoximar mas sempre exitava. Não era por medo, mas também não sei descrever o que me impedia de te procurar.

Tanta coisa guardamos sem necessidade. Tanto se fala, mas pouco se diz. Tantos pensamentos que são apagados por outros sucessivos e frequentes. E você lá. Ou melhor, bem aqui. Quieto, calado, deixado para trás à espera de um gesto meu. Saiba, porém, que me és muito importante. És o que sou despida, tens o que tenho de mais carnal, seco e úmido. Tanta coisa tenho a te falar.

O mundo ainda é mundo, mas não aquele que conhecíamos. Ao passo que é muito mais, também é muito menos. Mais tecnológico, com mais novidades, mais moderno. Mas ao mesmo tempo (ah, o que seria o tempo...), a cada instante menos acolhedor, menos "colo de mãe". Bom, há quem diga que o mundo nunca foi "colo de mãe"... A natureza se despede a cada dia. Mas, ao contrário do que se pensa, quem realmente diz goodbye é o próprio homem.

Bom, muito bom rever-te e lembrar que ainda estás aqui para me acalentar.

Meu caderno, meu amigo, meu retorno.

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